27 março 2006

Descanso no FDS

O que se faz num fim-de-semana? "Descansa-se", pensaram a grande maioria. No que consigo perceber e pela visão que tenho faz-se muita coisa mas descansar não é uma delas. Comecemos por uma breve visão do sábado. Agitação, muita agitação. Acorda-se mais tarde mas, logo a seguir vêm os vizinhos a fazer barulho no prédio, a casa que precisa de um jeito mais especial, os supermercados que estão apinhados com quem precisa de fazer compras e com os muitos acompanhantes. Depois passamos para o lazer! Dar uma volta de bicicleta ou fazer um pouco de desporto ou simplesmente passear e ler um livro. Algo relaxante, para destressar! Ora aí temos muitos pais, muitas mães, muitos amigos, muitas crianças, muitos bebés, muitos animais… Confusão e muito barulho!
Chegada à noite, vamos à típica saída com amigos. Aí é o pico do caos. Para estacionar nos locais mais frequentados em Lisboa é uma ilusão. Filas e filas para os parques de estacionamento, para o cinema, para uma mesa no restaurante, para pedir um copo num bar, etc., etc.…
Descanso no fds? Pura ilusão … mas, afinal quem é que realmente quer descansar!? :D

17 março 2006

Pintura 2ª Parte

Mais uma ida a um museu, desta vez o Museu Calouste Gulbenkian. Deixo-vos apenas com o nome de dois grandes Senhores da pintura dos séculos XVIII e XIX.
Francesco Guardi, com a sua obra-prima que representa a Praça de São Marcos - Veneza. Este pintor trabalha os ambientes e os espaços de forma extraordinária. Nesta pintura "cria um espaço fantástico, de dinâmica teatral, pleno de contrapontos, sugerindo a impressão de tudo ser vivo e imediato."

Joseph Turner, a pintura onde representa a povoação do Quillebeuf no estuário do Sena. Acho esta composição simplesmente brilhante e de uma intensidade quase divina.




O MCG está aberto todos os domingos e a entrada é gratuita. :)

16 março 2006

Aero... reunião!

Humor do Dilbert :D

Para quem achava que ir ao aeroporto tem conectividade com "ir buscar alguém", "ir levar alguém", "ir viajar", "ir levantar bagagem perdida" engana-se redondamente. Ontem fui ao aeroporto ter uma reunião de trabalho. Os mais cépticos pensam: "Foi lá ter uma reunião com alguma entidade que lá trabalha, ou mesmo com a empresa ANA". Não é por aí. A minha reunião era com 2 colegas de trabalho da empresa onde trabalho, acerca de um projecto em que estamos envolvidos. E, não! O projecto decorre nos Açores.
Isto acontece devido a problemas de marcação de voo e, voos que, pelos visto, deixam de existir de um dia para o outro. Os meus colegas tinham marcações para hoje irem para os Açores realizar uma reunião de projecto. Ontem teríamos a tal reunião de trabalho nas instalações da empresa para preparar a reunião com o cliente. Até aqui tudo bem! Mas, ontem a meio da tarde sou informada que devido a problemas de voo (ainda não percebi bem o que realmente se passou) eles teriam que ir no voo das 19:15 daquele mesmo dia. Eu questionei por telemóvel o meu colega que estava a ir a casa dele buscar o necessário para a viagem: "E, a reunião?" Respondeu-me: "Pois, é importante faze-la, mais porque não vais poder ir e existe informação que tens que passar!" O que se passou a seguir resume-se em agarrar o que seria necessário para a reunião (documentos e portátil), passar a 2ª circular com muitoooo transito, chegar ao aeroporto às 17:45 e, encontrar-me com os meus colegas para um reunião que demorou 1h em pleno aeroporto.
Depois disto se alguém me disser que os Portugueses não são produtivos, responderei: "isso é porque não trabalham na minha empresa, pois nem o facto de o avião ter 'desaparecido' de um dia para o outro se cancelam reuniões de trabalho e reuniões com o cliente!"

08 março 2006

Dia da 'Gaija'

Ontem na viagem de regresso a Lisboa, vinha dos Açores – S. Miguel, a assistente de bordo oferece-me o JN e após folhear algumas páginas sou relembrada do dia da ‘Gaija’.
Hoje, dia 8 de Março, comemora-se o dia da Mulher. Pois bem, parece-me que este dia é mais uma forma dissimulada de discriminação positiva, que as mulheres ainda são alvo em pleno século XXI. Nesse mesmo jornal eram descritas algumas realidades, tais como: “As estatísticas revelam ainda que, em média, as mulheres ganham menos 15% que os homens em toda a EU”; “A Marinha vai ter, pela primeira vez na sua história, a partir de hoje, uma mulher a comandar um navio.”; “com apenas 56,6% das jovens, entre os 20 e os 24 anos a completarem o ensino secundário”. E, posso acrescentar mais algumas realidades. Por exemplo, o actual ministro do trabalho pretende levar à AR um relatório sobre a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, que pela constituição deveria ser apresentado todos os anos e, que nunca foi apresentado pelos governos anteriores. Será que vai ser desta? … E, que dizer de uma estação televisiva, na área de transmissão de directos (trabalho eletrotécnico e de telecomunicações) não contratar mulheres para fazer parte dessa equipa, em situação alguma??
Deixemo-nos de demagogias e cinismos, o que se pretende é que estes factos e números deixem de existir, que desde o poder politico às mentalidades, sejam feitas alterações e mudanças para que a igualdade seja finalmente alcançada e não um dia para que estes assuntos sejam falados e falados e falados e novamente falados … e, já estamos em 2006!!
Isto parece-me ser o que realmente está por detrás do dia da Mulher.

06 março 2006

Acontecimento de filmes

No dia seguinte aos Óscares o limão azul não podia deixar de fazer referência a este acontecimento e, assim manter-se "up to date". Ontem foi noite de Óscares e lá estavam as mesmas "celebridades" de sempre e uma ou outra cara nova. O ritual o mesmo que os anos anteriores, a marcha dos pinguins dos meninos e, os vestidos e jóias a brilharem das meninas, sobre o tapete vermelho. E, mais não descrevo pois é semelhante aos outros anos e já sabemos como se passou sem precisarmos de ver o directo na TV ano após ano.
O que gostei foi hoje num programa da manhã de uma rádio conhecia, alguém questionava a importância dada a este acontecimento e se realmente as pessoas retêm quem ganha os Óscares ou não?! Realmente, o alarido que é feito pela comunicação social em torno deste evento é extremo e um pouco sem sentido face a outros acontecimentos mundiais. E não me parece que a maioria saiba ou queira saber quem ganhou que prémio e, em que filme!?

Eu pessoalmente a única informação que retive no bocado que vi do directo foi o momento em que o George Clooney receber o seu prémio de melhor actor secundário, com todo o seu charme e glamour!
... um limãozinho azul bem docinho pró George!:)

02 março 2006

Pintura no feminino

Josefa D'Óbidos,natureza morta,s/data. Barros e cesto,queijo e cerejas.
Fui com o meu grupo do curso de Desenho ao MNAA (Museu Nacional de Arte Antiga), conhecer melhor a ala de pintura portuguesa. Uma vez lá, vi-me com o desafio de desenhar um quadro de Josefa D'Óbidos. Deliciei-me com os dois únicos quadros expostos desta pintora do século XVII. È verdadeiramente maravilhoso o trabalho desta Senhora pela simplicidade com que cria dinamismo na tela apenas com natureza morta, que parece ganhar vida própria na composição. A pintura de Josefa d’Óbidos “Não é simples, nem muito ortodoxa..., mas contém sentido profundo e extenso.”
O que mais me fascinou foi se tratar de uma mulher, nascida no ano de 1634 que viveu em Portugal quase toda a sua vida e que se dedicou à pintura no perído barroco, tendo sido e continuando a ser aclamada como brilhante no seu estilo.
Visitem o MNAA, tem um excelente local para tomar ‘cafesh’, entre outras coisas.

01 março 2006

Adeus ao Fiestinha ...

Numa grande cidade festejava-se a noite de natal, dia 24 de dezembro do ano de 2005, o tempo estava húmido e chuviscava um pouco. Uma noite de Natal como as demais já festejadas.
Sai de casa com sacos cheios de prendas e prendinhas, embrulhadas em papel da época, com laçarotes vermelhos. A consoada correu bem. Entrei com muitos sacos com prendas e sai exactamente da mesma forma, apenas mudou o conteúdo. Ao chegar à avenida 25 de Abril, rua onde habito, deparo-me com um aglomerado de pessoas, um carro de polícia e um autocarro da Carris parado mais à frente. Não dei grande importância ao facto apenas comentei com o meu acompanhante que já teria ocorrido confusão. Seguiu-se o processo de sair do carro com os sacos. Este é meu, aquele é teu e, pronto… pronta para ir para casa. Quando iniciamos o processo de atravessar a rua em direcção à porta de entrada do prédio uma voz dizia “Oh, desculpe? Olhe?...Desculpe? Olhe?” começou a intrigar-me sem ter consciência se seria para mim ou não. Continuo o meu caminho até que começo a deslumbrar um vulto na minha direcção. De uma forma persistente continuo o meu percurso sem desviar o olhar, até que o meu acompanhante me interroga “Olha, estão a chamar-te!”. Já com um péssimo sentimento que dali não viria coisa boa, encaro o vulto. Começo então a ouvir o seguinte monologo: “Olhe, houve um acidente. O autocarro bateu no seu carro ali. E, no meu também. Eu sou seu vizinho aqui no prédio. Está ali o motorista, a policia acabou de se ir embora e, chegou o perito da Carris. ……… Não fique assim, isto resolve-se! O motorista já se deu como culpado…isto resolve-se….” Neste momento eu já estava a dirigir-me para onde tinha deixado o meu lindo carro estacionado e deparo-me com ele em cima do passeio, alguns metros depois do local onde o tinha deixado (em local próprio para estacionar), sobre um conjunto de pinos de betão todo amassadinho. Entretanto a minha expressão deve ter-se alterado bastante pois já só ouvia vozes à minha volta a dizer “Tenha calma …. Isto tudo se resolve. Está aqui o motorista e ele explica-lhe tudo…. Ele coitado não teve culpa, perdeu o controlo do autocarro, acontece! … Mas, tenha calma!” Digamos que eu não estava nada preocupada com o motorista, nem sequer se aquilo se ia resolver e, também não me apetecia ouvir explicações de como é que numa curva larguíssima a seguir a um semáforo ele perde o controlo. O que me preocupava era o meu carro, o estado horrível em que ele estava, o facto de não ir ter o meu carro no dia seguinte para seguir com a minha vida normalmente. Enquanto estava nestas inquisições surge uma frase que me congelou completamente. “Ah… O carro assim vai ser muito difícil de arranjar. Isto vão dar perda total da viatura.” Mas, há lá coisa melhor do que depois de tomar consciência desta situação alguém vir com ar de percebo muito destas situações e, dizer na lata, na minha cara mesmo, que o meu Fiestinha não iria ser reparado pois a companhia de seguros da Carris não estaria disposta a pagar o arranjo pois o carro não valia o custo do mesmo?!!! A partir deste momento foi como se tivesse acordado. E, achei melhor começar a estar atenta e a querer saber tudo acerca daquele sinistro. Registei todos os danos, tirei fotografias e conversei com o motorista e com o perito da Carris para obter todos os dados necessários para dar início ao processo junto da seguradora.

Resumindo e abreviando, o sinistro ocorre porque como o piso estava molhado, o motorista perde o controlo do autocarro quando começa a fazer a curva. Assim que toma consciência que o veículo começa a derrapar, o motorista toma a medida que acha que é a correcta. Imaginem qual? Saibam-na pelas próprias palavras dele que não me saíram da cabeça nas horas seguintes. “ … Quando vejo que o autocarro começou a derrapar meti o pé ao travão a fundo para o conseguir parar mas, não consegui!”. Pois! È que estava-se mesmo a ver! O facto de ter metido o pé ao travão quando o autocarro já estava a derrapar facilitou o embate, pois assim foi mais rápido, tipo sabão a deslizar em água. Logo a seguir no processo de troca de documentação vejo a data de aquisição da carta de condução do motorista, que tinha apenas 5 meses. Após esta constatação pensei que estava tudo esclarecido quanto às causas do sinistro.

O processo a seguir foi rápido pois também não alimentei grandes conversas apenas o essencial. Fui finalmente para casa com os sacos das prendas de natal e com mais uns papéis nas mãos que me lembravam que a manhã seguinte não iria ser uma normal manhã de Natal. O Fiestinha lá ficou sobre os pinos de betão todo amassado e ainda com várias pessoas à volta a especular sobre o acontecimento da noite, que já não era a consoada de Natal mas, o motorista da carris que abalroou três viaturas estacionadas, às 23 horas e 40 minutos, na noite de Natal, na avenida 25 de Abril, em Lisboa.